O evento objetiva recolocar a equipe no cenário do futebol amador paraibano
Paulo César Gomes Cabral – Jornalista Diplomado – Reg. Prof. DRTE-PB Nº 629
O 2º Encontro de Ex-Atletas do Jaguar Futebol Clube acontece neste sábado, dia 15 de novembro, na Cidade de Areia. Um amistoso entre as equipes Master do Jaguar e Master do Nacional de Cabedelo, a ser realizado às 9h00, no campo de Futebol, da Praça de Esportes do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, é uma das atrações do encontro jaguarareiense.
A programação também inclui um almoço de confraternização que vai ser servido a partir das 11h30, na área de Lazer do Colégio Santa Rita, seguido das homenagens a vários ex-atletas titulares e reservas, com a participação de seus familiares.
Origem da palavra – A palavra jaguar vem da língua tupi-guarani, com variações como “yaguar” ou “îagûara”, que significam “onça pintada” ou “aquele que mata com um salto”. A palavra popularizou-se no mundo, sendo termo utilizado em muitas línguas, incluindo o português europeu. O jaguar é o terceiro felino do mundo e o maior das américas. Jaguar também é uma famosa marca britânica de carro conhecida pela sua elegância, força e desempenho. Há quem diga que o animal pode ser usado como um símbolo de força, agilidade, sofisticação e até mesmo agressividade em contextos de psicologia e marketing.
Fundação – O Jaguar foi fundado em 06 de junho de 1956. Após alguns anos de funcionamento, sofreu um período de recesso. Em 1979 teve suas atividades retomadas, através do seu então presidente Alexandre Nascimento Santos, filiando-se à Liga Campinense de Futebol. Ele foi quem, praticamente, semiprofissionalizou o Jaguar Futebol Clube, levando-o, naquela época, a competir em pé de igualdade com outros times quase profissionais e profissionais como: Tabajaras de Alagoa Grande, América de Esperança, Campinense e Treze, de Campina Grande.
Campeão Invicto – Alexandre também impulsionou sua equipe de uma forma tal, que o Jaguar Futebol Clube foi campeão amador invicto da Liga Campinense em 1983, com os seguintes atletas: Cláudio, Hermes, Carlos, Roberval e Anísio, Edilson, Chinha depois Coca, Almir, Nêgo Décio e depois Bela, Zé Manoel e Dioney.
Revelação de talentos – O Jaguar Futebol Clube de Areia foi uma agremiação que revelou vários talentos natos, garotos e jovens que nunca foram às escolinhas de futebol; sequer receberam lições de fundamento do futebol, mas que guiados pela genialidade espontânea jogaram em várias equipes da cidade de Areia, em equipes de outras cidades do brejo paraibano e estiveram na mira de olheiros dos times profissionais da Paraíba.
Zé Ivan – Dentre estes talentos, considerados “prata da casa”, podemos destacar Jose Ivan, atualmente residente em Areia e Educador Físico. Apaixonado por futebol desde criança, no período da refundação Jaguar em 1979, acompanhou a estreia daquele time contra o Cruzeiro de Lagoa Nova. Dois anos depois, aos 17 anos de idade, ele começou a jogar no aspirante na posição de lateral direito e, em seguida, subiu para o quadro titular.
Ele disse que o Jaguar era um time difícil de ser vencido e tinha seus adversários antigos como o América, de Esperança, e o Tabajaras, de Alagoa Grande. O quadro titular era uma seleção e todos os jogadores atuavam muito bem em suas posições. Pode-se destacar alguns deles como: Zé Manoel (in memoriam), Décio, Ednaldo (in memoriam), Chinha, Dioney, Tinica, Barata, Vavá, Almir, Bela (in memoriam), Edilson, Marquinhos, Roberval, Tonga, Pirueira (in memoriam), Mano Alves e Napoleão Júnior, que saiu do Futsal do Jaguar Campeão Paraibano pra jogar no Porto de Portugual.
“A dificuldade em se formar uma nova equipe para o Jaguar Futebol Clube, deve-se ao fato de que hoje não se pratica mais o futebol amador como antigamente. Essa modalidade esportiva deixou de ser motivação para os jovens de hoje que têm pouca responsabilidade; estão mais trancados nos quartos de suas casas, focados nos seus celulares e nas redes sociais, entre outras questões”, ressaltou Zé Ivan.
Tonga – Valter Cardoso da Silva, mais conhecido como Tonga, é um jogador veterano ex-titular do Jaguar Futebol Clube e residente em Areia. Ele disse que começou jogando na seleção de futsal do antigo Colégio Estadual de Areia, depois no Comercial Futebol Clube, de seu Antônio Fumeiro, no Flamengo Esporte Clube, de seu Everaldo, no Areia Futebol Clube, de Roberto Teixeira, e depois no Jaguar Futebol Clube, de Alexandre, juntamente com Bela, Almir e Edmundo. “Para mim é uma honra participar desse 2º Encontro de Veteranos e com muita satisfação abraçar e rever velhos amigos da pelada do Jaguar”
Tinica – Atualmente residente em Campina Grande, Benedito Ronaldo Ferreira (Tinica) nasceu em Areia. É considerado um dos talentos natos da prata de casa do futebol amador areiense. Jogou muito tempo no Jaguar onde foi meio campista e zagueiro e fez parte da equipe campeã de 1983. Ficou conhecido pelo seu excepcional estilo e qualidade de dribles nos adversários.
Por muito tempo, Tinica esteve na mira dos olheiros do futebol profissional da Paraíba e de outros estados do Brasil. Ele disse que uma ideia não morre, é uma semente que germina gerando nova ideias. “Por isso, sou da opinião que devemos nos organizar e fazer com que o Jaguar retorne ao cenário do futebol amador paraibano”, completou Tinica.
Marinaldo de Seu Sil – Marinaldo Ferreira dos Santos – participou do Jaguar desde adolescente junto com o seu pai, Francisco Silvestre Ferreira, mais conhecido como “Sil da Água” (in memoriam) e com o seu tio, Raimundo Silvestre Ferreira. Ele informou que o pai e o tio dele eram duas pessoas muito dedicadas ao Jaguar. Sil fazia parte do Jaguar como se fosse um técnico de futebol. Inclusive Marinaldo tomou conta, por muito tempo, do material do Jaguar. Tudo era com ele para lavar e fazer as marcações de campo com o pai, Seu Sil.
Para Marinaldo, reestruturar a time do Jaguar Futebol Clube nos dias atuais é um grande desafio devido à inversão de valores. Os jovens perderam o interesse pela prática de futebol; os campos de peladas deixaram de existir e a juventude está ligada a outros valores. “Me parece que vamos ter que investir na educação para cidadania é ética; fortalecer o papel da família que deve estar mais voltada aos valores morais e éticos desde a infância; precisamos nos reconectar a princípios que possam contribuir para uma vida mais equilibrada e consciente”.
Chinha – Bancário e Agrônomo, João Nascimento, mais conhecido como Chinha, reside em Manaus, mas está vindo com a família participar do 2º Encontro de Ex-Atletas do Jaguar Futebol Clube. Começou a jogar no aspirante do Comercial Futebol Clube, de seu Antônio Fumeiro. Aos 14 anos de idade foi escalado pelo técnico Zé Buchada para jogar como meia direita no time titular do Comercial onde permaneceu até aos 16 anos. Atuando pelo Jaguar, destacou-se como ponta-direita muito rápido, dribles desconcertantes e difícil de ser marcado pelos adversários, sendo visado por olheiros de times profissionais como o Campinense e o Treze, de Campina Grande.
Ele começou a participar do quadro de atletas do Jaguar em 1982 a convite do ex-atleta do Jaguar Genival Sales, conhecido como Vavá de Edésio. O momento mais marcante da passagem de Chinha no Jaguar foi a conquista do campeonato amador do ano 1983, pela Liga Desportiva de Campina Grande, quando o Jaguar venceu o Nacional Esporte Clube, do bairro de Santo Antônio, no Estádio Plínio Lemos, localizado no bairro de José Pinheiro pelo placar de 1X0m, com gol do saudoso Zé Manoel. De acordo com Chinha, uma das finalidades desse Encontro de Ex-Atletas é tentar despertar o interesse de alguém que possa assumir a missão de colocar novamente a equipe do Jaguar no cenário do futebol amador da Paraíba. “Quanto à minha participação nesse evento, sinto-me muito feliz devido ser uma oportunidade de rever vários colegas, além de proporcionar ótimas recordações do tempo em que fui atleta do Jaguar.”
Nêgo Décio (sem foto) – Natural de Pão de Açúcar, município do estado de Alagoas (AL), Décio Alves, mais conhecido no meio esportivo paraibano como Nêgo Décio, chegou em Areia em dezembro de 1972. Antes de chegar a Areia, pertenceu à base do Jacyobá Atlético Clube, de Pão de Açúcar, hoje time da série B do Campeonato Brasileiro.
Possui Graduação em Pedagogia, Graduação em Contabilidade e o Curso de Técnico em Agropecuária pelo Colégio Agrícola Vidal de Negreiros da UFPB, localizado em Bananeiras. Jogou na seleção de Futsal do Colégio Estadual de Areia e em meados de 1973, começou a jogar no Areiense Futebol Clube até que em 1979 passou a jogar na equipe titular do Jaguar Futebol Clube.
Foi o atleta que mais representou o nome de Areia atuando em equipes de vários municípios da Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas que iam à sua procura em Areia ou em Bananeiras quando estudava no CAVN-UFPB, para jogar em clubes como: Alvorada, de Juarez Távora; ABC e Nacional de Alagoa Grande; Independente e Remigense, de Remígio.
Nêgo Décio jogou também no Náutico e América, de Esperança; na Seleção de Barra de Santa Rosa; no Guarani e no São Luiz de Campina Grande; Palmeiras, de Solânea; o Guarani, de Pilões; na Seleção de Belém de Caiçara; Juventus e Guarabira, de Guarabira; São Paulo, de Araruna; Seleção de Frei Martinho; Vasco de Acari, do Rio Grande do Norte; Roliflex, Palmeiras do bairro da Torre e na Seleção do Castelo Branco, de João Pessoa. Ele parou de competir pelo Jaguar no ano de 1986, após sofrer uma contusão no joelho esquerdo.
Atualmente residente em Campina Grande, Nêgo Décio participa do 2º Encontro de Ex-Atletas do Jaguar Furebol Clube de Areia. Segundo ele, espera-se que, com a realização desse evento, seja despertado o interesse na sociedade e consequentemente alcançado o objetivo de elevar novamente o nome do Jaguar ao topo do esporte paraibano.
“Gostaria de parabenizar a todos os nossos ex-atletas de futebol amador. É que vocês não apenas jogaram, vocês fizeram história nos gramados da nossa comunidade. Cada drible, cada gol e cada vitória estão gravados em nossa memória. Mais do que troféus, vocês deixaram um legado de paixão, garra e amizade que continua a inspirar novas gerações. Muito obrigado por todos os momentos memoráveis e por viverem o esporte com alma e coração”, concluiu.
